Um boato de desabastecimento, no início da tarde de ontem, quinta (12/03), fez a classe média dos Jardins, em São Paulo, correr ao empório Santa Luzia, a fim de garantir seus queijos, biscoitos e produtos importados diversos. Senhoras nervosas empurravam carrinhos, auxiliadas por empregados domésticos.
Não chegou a ocorrer disputas mais agressivas por um pedaço de brie, mas a avalanche de gente e o congestionamento nos caixas fizeram a direção da loja acionar o circuit braker e suspender as entregas em domicílio. O pessoal dos serviços de compra por aplicativos, contudo, continuou operando normalmente.
Passei lá esta manhã, e encontrei o mercado ainda lotado, com movimento digno das festas de fim de ano. No trecho da Alameda Lorena em frente, era longa a fila de carros na entrada da garagem. Dentro, foi difícil circular nas proximidades dos caixas. Notei ser inviável fazer qualquer compra e limitei minha visita a uma ida ao banheiro. Também ali havia alguma espera, mas nada grave.
O pior desta crise, para aquela freguesia, é que não se pode nem fugir para a Europa ou América do Norte, regiões em que o vírus está pegando mais pesado. Mais feliz, o pessoal da esquerda pode continuar indo para Cuba, na certeza de que lá existe uma vacina infalível.