Para fugir dos militantes

Não tenho qualquer afeto por mensagens bolsonaristas que, vira e mexe, despencam em meu facebook. Quando se tornam insuportáveis, simplesmente deleto. A mensagem e o autor ou propagador. Tento evitar atitudes drásticas, porém, porque me interessa ter alguma amostra do que pensam os defensores do presidente da República.

O mesmo tratamento dou aos representantes do outro extremo, que reúne uma autointitulada esquerda brasileira, composta de lulistas, petistas e adeptos de outras siglas ideologicamente mais radicais. Quando não consigo perceber sinceridade e vejo só oportunismo na defesa da democracia, o que os moveria, conforme dizem, rebato seus argumentos e, no limite, os afasto.

O problema é que, por intermédio de terceiros, esse tipo de mensagem, de um lado e de outro, reaparece por aqui, para meu desgosto. O que me incomoda não é apenas o ódio insano e sem partido, de todas as colorações, mas sim a defesa do que, no meu entender, é indefensável. Como a louvação de métodos medievais de fazer política e o elogio da prática aplicada nos últimos governos de saquear os cofres públicos em nome de suposto combate às desigualdades.

Hoje mesmo, recebi de contrabando panfleto produzido por um profissional que trabalhou para o governo Lula e foi sócio de publicação bancada por órgãos federais (nela anunciavam exclusivamente estatais, instituições financeiras, ministérios e parceiros como a JBS), fechada no fim dos 16 anos de lulopetismo. Tempos atrás, após ler impropérios a mim dirigidos, afastei-me definitivamente do antigo colega de redação, um bom jornalista antes de se tornar militante.

Da mesma forma, sigo sendo alcançado pela Folha e suas variações, na medida em que integrantes de minha lista no facebook insistem em reproduzir aqui textos assinados por comentaristas da empresa, uma vez que desapareceram os repórteres do antigo jornalismo, feito mais de apuração e menos de opinião. É irritante, porque foi justamente para não prestigiar a reprodução de mentiras e palpites enviesados que cancelei minha assinatura do jornal.

Nesses casos e em outros, como a reprodução de blogs militantes, em primeiro lugar deleto a publicação pontual. Só na reincidência extremada, deleto a barriga de aluguel, e tento evitar futuros dissabores.

Publicado por

Marcão

Jornalista aposentado, casado, duas filhas, um neto, dois poodles e nove irmãos. Santista de mãe, pai, cidade, time e o que mais bem qualifique essa condição. Sem vaidade, só verdade!

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