No início dos anos 1960, eu estudava no seminário dos padres Paulinos, no quilômetro 17 da Rodovia Raposo Tavares, antes de Cotia. Cada turma tinha uma sala fixa, na qual passávamos as tardes entre aulas e horários de estudo. Pela manhã, trabalhávamos na gráfica, que imprimia livros, revistas e jornais católicos. De manhã bem cedo assistíamos à missa diária e, à tardinha, rezávamos o terço. Fora isso, três refeições, os recreios depois do almoço e da janta e a cama, para um sono profundo.
Nas classe, cada um tinha sua carteira, onde guardávamos livros, cadernos e o material escolar. Sobre elas, alguns colocavam santinhos. Eu coloquei esse time do Peixe, recortado de A Tribuna nas férias anteriores e colado numa moldura de cartolina. O padre quis saber o que era aquilo. Respondi que eram Santos, mas não colou. Tive de desmontar o altar.
Anos mais tarde, com aquela escalação, fiz estes versos ruins:
Santos nomes
Gilmar dos Santos Neves
Uns mais longos, outros breves,
Como versos deste salmo.
Mauro Ramos de Oliveira,
Uma zaga quase inteira,
De cá Lima, de lá Dalmo.
Raul Donazar Calvet
E mais à frente Zito. Pois é:
José Ely de Miranda.
Mengálvio, e logo Dorval
Na exuberância infernal
De uma agitada ciranda.
Coutinho, Pelé e Pepe,
Ou Pagão, Pelé e Pepe,
Que o produto não se altera
Faça chuva ou faça sol,
Arte, graça e futebol,
Beleza em corpos de fera!