Recopa Mundial conquistada com o gol de Toninho
Neste dia 24 de junho, em 1969, um ano quase tão mágico para o futebol quanto o biênio 1962/1963, o Santos bateu a Inter de Milão no San Siro por 1 a 0, gol de Toninho Guerreiro. Era o terceiro mundial de clubes. Menos de uma semana após vencer as finais do campeonato paulista (outro tri estadual), o time viajou para jogar com o supercampeão europeu com a faixa da Recopa Sul-Americana.
Das duas copas, organizadas pela UEFA e pela Conmebol, participaram apenas clubes campeões mundiais. O representante europeu foi definido pela desistência do Real Madrid de participar do confronto com a Inter. Na verdade, o clube espanhol sempre evitou jogar contra times sul-americanos fora do seu continente, particularmente contra o Santos de Zito e Pelé, e essa era uma possibilidade, caso disputasse e ganhasse o título continental.
Do lado de cá, disputaram a Recopa Sul-Americana o Peñarol do Uruguai, o Racing argentino e o Peixe. Dois turnos, com jogos de ida e volta. O primeiro turno foi jogado em novembro de 1968. O Santos venceu o Racing no Parque Antártica (2 a 0, Pelé e Edu) e o Peñarol no Maracanã (1 a 0, Clodoaldo).
No returno, abril de 1969, outra vitória sobre o Racing em Avellaneda (3 a 2, com dois de Toninho e um de Negreiros) e uma derrota de 3 a 0 contra o forte time uruguaio, em Montevidéu. Na última rodada, o Racing, que havia perdido de 3 a 0 no Centenário, segurou o Peñarol (1 a 1) e deu o título ao Peixe.
Na Recopa Mundial, o regulamento previa decisão em melhor de três jogos, mas em seguida à derrota em Milão, os italianos decidiram entregar os pontos. Ainda no vestiário, anunciaram que não viriam ao Brasil e os santistas puderam trazer no avião a taça do seu terceiro título mundial de clubes.
De forma que, bem antes do São Paulo, o Santos foi tricampeão mundial, justificando a fama obtida desde o início da década de melhor time de futebol do planeta. Talvez nem tenha comemorado tanto quando os dois primeiros mundiais, pelo excesso de conquistas acumuladas pelo time de Zito e Pelé.
Naquele mesmo ano, além dos dois títulos internacionais, o Peixe fechou outro tricampeonato paulista, a competição mais forte do continente, e contribuiu com quase todos os seus titulares para a mais brilhante classificação de uma seleção nacional para a Copa do Mundo.
O milésimo do Rei: cereja de 1969
O Brasil habilitou-se a ganhar o tri mundial no México contando com oito santistas no grupo convocado pelo técnico João Saldanha: Cláudio, Carlos Alberto, Joel Camargo, Djalma Dias, Rildo, Clodoaldo, Pelé e Edu. Seriam nove, se fosse feita justiça a Toninho Guerreiro.
Coroando o ano, no dia 19 de novembro, no Maracanã, os companheiros do Rei comemoraram o milésimo gol junto com ele.