No início de março, o circo Stankowich chegou completo a Itupeva: caminhões, ônibus, trailers-moradias e uma troupe de 87 integrantes, entre familiares, artistas e funcionários. Instalou-se num terreno na entrada da cidade, armou a imponente lona com quatro mastros e apresentou-se para o distinto público durante duas semanas. O espetáculo Bravíssimo tinha sessões de terça a sexta, às 20 horas, e aos sábados e domingos, às 17 e às 20 horas.
Mas veio a quarentena do corona vírus e as funções foram paralisadas. Faz dois meses, não há mais palhaçadas, mágicas e acrobacias – e o circo parado em Itupeva, porque não pode ir para outra cidade. Sem a renda da bilheteria, colocou para funcionar a barraca de pipoca e algodão doce e passou a aceitar doações de alimentos. Além disso, oferece shows virtuais e lives na internet (facebook.com/circostankowichvermeha), em troca de contribuições em dinheiro para pagar o aluguel do terreno, a água e a luz que consome. Também vende vouchers que dão direito a cinco ingressos nos próximos dois anos.
Assim, o circo de origem romena, o mais antigo e um dos maiores em atividade no país, foi pego pela crise do vírus chinês. Mas não só o Stankowich. No Brasil são cerca de 600 circos, que empregam aproximadamente 30 mil pessoas e reúnem em torno de 25 milhões de espectadores, anualmente, em seus espetáculos. Todos estão na mesma situação: com as bilheterias fechadas, esperam a pandemia passar e recorrem à ajuda do público para sobreviver.