Uma guerra de vida ou morte

É pela vida a guerra que a Globo trava contra o presidente. Guerra do dragão contra o dragão, pois não há santo guerreiro nessa história. Mal contra o mal, e o bem fica muito bem escondido, porque entre os apoiadores de lado a lado não há em quem confiar.

Para a emissora que teve o mérito de introduzir o BBB por aqui, a questão parece ser mesmo de sobrevivência, a julgar pelo pífio desempenho comercial que se observa em seus chamados horários nobres.

Nos intervalos do Jornal Nacional, a globo é agro, a globo é tech, a globo é pop, com o apoio de um banco e de uma montadora. Deve render uns pichulecos, mas é só. Há duas semanas, também tentando colocar o nariz acima do nível da água, a TV Zorra Total liberou seu jornalístico, que passou a mencionar o nome de empresas nas reportagens.

Rompeu uma tradição de décadas sem chamar, por exemplo, as equipes Red Bull de Red Bull, nas transmissões esportivas, principalmente o automobilismo. Para Galvão Bueno, a escuderia chama-se RBS, entenda quem puder. E o telespectador que se dane.

O pretexto atual é estimular a iniciativa privada a ampliar a ajuda humanitária no combate ao covid-19. Surgiu até uma vinheta criativa: “solidariedade S/A”. Mas a ajuda que se espera, e que ainda não apareceu com força, é de fato o incremento da publicidade paga nos canais do Bozo.

A situação é tão triste que, na noite de domingo, num intervalo do Fantástico, foi visível a absoluta ausência de inserção comercial de porte. Entre chamadas da programação global, o que apareceu foi um único e escasso reclame (como é bom ser antigo, para poder usar expressão tão saborosa!) de construtora local, na retransmissora de Sorocaba.

O que poderia salvar a lavoura seriam verbas irrigadas por ministérios, bancos públicos e estatais de variados setores. Ah, como fazem falta o adubo de uma Petrobrás, os insumos do Banco do Brasil, a chuvinha boa das leis de incentivo bancadas pelo dinheirinho da União! Mas o capetão malvado cortou tudo isso.

A saída é derrubar o causador de tanto mal. Fora, obscurantista inimigo da democracia, da cultura e da imprensa livre e sua gangue de milicianos rancorosos! Que venha alguém mão aberta no uso dos recursos públicos, como os governantes anteriores!

Afinal, que mal tem gastar rios de dinheiro na propaganda de empresas monopolistas, dispensadas de seduzir consumidores compulsórios? Por que não dar estímulos a ações meritórias como as da FRM? Como ser contra o financiamento de obras primas da sétima arte, como as impagáveis comédias produzidas pela Globo Filmes?

A pancadaria dos últimos dias nos canais das Organizações Tabajara é mais do que justa e merecida. E não se cobre coerência desse jornalismo com causa. Se até a semana passado o candidato a presidente defendido era o Botafogo (codinome do presidente da Câmara dos Deputados na planilha de propinas da Odebrecht), não há de haver espanto se agora ele perdeu espaço e foi substituído.

Eis que uma voz mais alta se alevanta e a vitória, com ela, parece estar próxima. Mais do que nunca, a salvação justifica os meios empregados. No desespero, a emissora usa tudo o que tem, das distorções ao direcionamento do noticiário, e abandona de vez o respeito à boa conduta jornalística.

Lamento pelos bons profissionais envolvidos nisso.

Lamento a saída, mas Moro errou na despedida

Só fui ouvir falar do juiz Sérgio Moro quando ele passou a cuidar dos casos ligados ao petrolão, escândalo comandado por Lula quando presidente e continuado no governo Dilma. Imediatamente, passei a admirá-lo, pelas atitudes firmes e pela correção com que se conduziu ao longo de todo o processo. A admiração estendeu-se à toda a equipe da Operação Lava Jato, promotores, desembargadores e policiais federais.

Entendi, e continuo entendendo, que as revelações levantadas pela operação e sobretudo a condenação e prisão de dezenas de medalhões, entre empresários, doleiros, autoridades públicas e políticos bem situados transformaram o país em modelo no combate à corrupção. Por isso, fiquei surpreso quando o juiz resolveu aceitar o convite do presidente eleito para assumir o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública.

Para mim, Moro deu ali um passo errado. Aceitei, contudo, a razão apresentada por ele para abandonar a magistratura em troca de um cargo público. Como ministro, Moro julgava que teria mais força para levar adiante e aprofundar a luta contra a corrupção. Para isso, recebeu garantia de carta branca de Bolsonaro no exercício do cargo.

Pela experiência acumulada e as dificuldades enfrentadas em Curitiba, a estratégia de Moro era dar maior respaldo jurídico à Lava Jato. Daí ter dedicado seus primeiros dias de ministro à formulação do pacote anticrime, apresentado ao Congresso em tempo recorde, no dia 4 de fevereiro do ano passado, um mês depois da posse do novo governo.

O projeto foi retalhado na Câmara e, em seguida, colocado de lado, sem que Bolsonaro saísse em defesa do seu ministro. Ao contrário, o presidente estimulou inclusive alterações no formato do Ministério, entre elas a retirada da Coaf de sua jurisdição. Moro engoliu os primeiros sapos e seguiu no cargo.

Em agosto, o ministro de novo ameaçou sair do governo, diante da possibilidade de o Planalto substituir o delegado da PF no Rio de Janeiro. Bolsonaro recuou e repetiu juras de amor a Moro, que se sentiu prestigiado. Assim, entre tapas e beijos, a relação foi levada até a última sexta-feira, dia 24 de abril.

De forma que lamento a saída de Moro, como uma perda para o País. Mas não posso deixar de assinalar um erro do ex-ministro no anúncio da renúncia. Ele não tinha o direito de trazer a público conversas pessoais com o presidente, uma vez que elas se deram dentro de uma relação de confiança entre os dois.

Minha opinião se baseia na experiência que tive como assessor de imprensa de empresas privadas e órgãos públicos. Nessa situação, o profissional de comunicação tem compromisso ético claro com o cliente. Deve manter estrito sigilo sobre informações obtidas no contato privilegiado com ele. É algo semelhante à relação do advogado com o cliente e do padre com o confessor.

Moro fez como o vigário que, no sermão de domingo, conta detalhes da confissão de um paroquiano. Ou como o defensor que denuncia o crime narrado pelo cidadão que lhe pede ajuda profissional. As informações que Moro divulgou não mais lhe pertenciam, mas sim ao ministro de Bolsonaro, o que já não era.

Tudo dentro da normalidade

Há onze dias, em 6 de abril, comentaristas da mídia, pensadores e próceres de vários poderes e níveis deram o governo Bolsonaro por morto e enterrado. Foi aquela segunda-feira tensa, em que o jornal O Globo anunciou a demissão do ministro da Saúde. O afastamento de Mandetta não se confirmou e a desculpa que a oposição encontrou para explicar a barriga foi dizer que o presidente havia recuado, sob pressão dos presidentes da Câmara e do Senado e do STF, de instituições da sociedade civil e de militares do próprio Palácio.

Se destituísse o ministro, seria ele a cair, diziam as ameaças enviadas pelo Congresso e pelo Supremo. Completando a articulação, o lamentável presidente da OAB ameaçava entrar com mais uma ação contra o presidente. A TV Globo e seus analistas vibraram, comemorando a suposta fragilidade de Bolsonaro. O ministro resistente o havia transformado em rainha da Inglaterra. Continuava no cargo, mas não tinha poder. A guerra estava ganha.

A felicidade era tanta que o pessoal se descuidou. Ninguém prestou atenção aos movimentos seguintes de Bolsonaro. Nada por baixo do pano, com exceção de prováveis consultas às lideranças da Forças Armadas. Vários contatos físicos com a população, pelo menos um deles ao lado do ministro da Saúde, encontro com o presidente do Senado e o anúncio de que, se fosse preciso, usaria a caneta. Naquele domingo foi ao ar a entrevista de Mandetta ao Fantástico.

Insuflado por companheiros de partido, sedentos de um impeachment que abra caminho para Botafogo (codinome de Maia, na planilha de propinas da Odebrecht), e envaidecido com o apoio da mídia e de insondáveis pesquisas de opinião, o ministro pagou para ver. A resposta veio quatro dias depois. No momento em que foi demitido, o sucessor Teich já esperava na antessala, pronto para assumir e acompanhar o presidente na coletiva de imprensa.

No dia da vendeta, Bolsonaro ainda afrontou a Globo com uma entrevista exclusiva concedida à concorrente CNN, pouco antes do JN. De quebra, aproveitou o espaço para espicaçar Rodrigo Maia. Na crítica mais amena, disse que o povo brasileiro não merece o que o presidente da Câmara está fazendo. Com tanto desaforo, esperava-se uma edição sangrenta do principal telejornal da emissora hegemônica, tipo versão eletrônica do extinto Notícias Populares. Não foi o que aconteceu. O JN daquela noite foi manso, quase irreconhecível. Esteve perto da isenção, qualidade que há muito desconhece.

O próprio Maia, entrevistado em seguida pela CNN, fugiu da raia. Disse que não iria discutir com o presidente e que preferia falar do que o Congresso tem feito para enfrentar a pandemia, muito em parceria com o governo. Perdeu a Globo a possibilidade de responder à caneta (bola entre as pernas) que levou da emissora concorrente, sem passar recibo. Era só chamar o sempre disponível presidente da Câmara para rebater Bolsonaro. O aliado, porém, recusou o confronto.

Tem-se que as reações à troca no Ministério da Saúde foram protocolares. No geral, representantes da chamada esquerda incluídos, lamentaram a demissão de Mandetta, mas desejaram sucesso ao novo ministro. Até o governador paulista, tão belicoso, preferiu a cautela. O que teria acontecido? Foi só a palavra de Gilmar Mendes, na véspera, afirmando que o presidente podia demitir o ministro. Ou houve algum recado mais claro e explícito, recebido talvez por Alcolumbre na reunião do Palácio? Fato é que mesmo a tropa de choque do STF, tão pressurosa em criar dificuldades para o governo, segurou as caçarolas.

A demissão virou um ato banal, como deve ser. Saiu um ministro indicado pelo presidente e entrou outro, nomeado pelo mesmo presidente. Sem crise, sem traumas, de forma que Bolsonaro recuperou o poder, se é que havia perdido. Só fique muito claro que estas análises são feitas a partir do que leio e ouço na grande mídia, sem juízo de valor sobre acerto e erro na mudança. Antes que me chamem de bolsonarista ou coisa pior.

Na guerra insana, vale qualquer aliado

Tempos malucos, estes. Em meio à mais profunda incerteza sobre o que será de nós ou, no mínimo, sobre como ficará o mundo pós pandemia, os insensatos continuam em guerra, para manter nacos de poder ou ganhar importância. Acham-se imunes? Ou preparam a inscrição para as próprias lápides: “Foi em vão, mas lutei até o fim para me dar bem!”?
Deve acontecer no mundo todo, porque Deus não há de ter reservado tanta cretinice como atributo único e exclusivo de nossos governantes, políticos e formadores de opinião. De governantes e políticos, na verdade, desde muito tempo, e ainda mais hoje, além dos 70, nunca esperei mais e melhor. É o padrão deles. Nem dá para reclamar, porque fomos nós que colocamos os calhordas onde estão. Insistimos em dar razão ao Rei.
O que me incomoda e envergonha é a atitude da grande mídia. Um querido amigo, o qual não viveu para ver esse pan…demônio, diferenciava mídia e imprensa. Para Osvaldo Martins, mídia é um negócio e imprensa, uma atividade voltada à informação, bem dos cidadãos, o que insere o jornalismo entre os direitos e liberdades fundamentais. É bom que grandes grupos de comunicação sejam ao mesmo tempo mídia e imprensa, porque fazer jornalismo é caro e exige competência empresarial. Basta saber separar as coisas. Mas, com exceções, o que temos hoje é só mídia.
Outro dia lembrei da minha introdução na profissão. Foca, fui encarregado de encontrar mazelas na cidade, para bater no interventor militar. Até que o general de plantão fez acordo com o jornal e tirou o bode da sala. Mais exemplares desse comportamento “desinteressado” da nossa mídia são um histórico jornal carioca, já extinto, e aquela que foi durante décadas nossa maior revista semanal de informação.
Os saltos triplos carpados que essas publicações davam na relação com os governos eram nada menos que espetaculares. Aos seus leitores só cabia ficar de boca aberta e, de vez em quando, soltar um expressivo “uau!”. Consta que tais malabarismo cessavam quando jornal e revista, em épocas distintas, voltavam a ocupar lugar top na publicidade federal.
Raras vezes presenciei conflitos da mídia com a autoridade maior do país motivados por questões republicanas. Lembro da postura do Estadão, com seu irmão caçula Jornal da Tarde, durante o regime militar. Veja foi outra que enfrentou a ditadura com altivez, além da imprensa digamos nanica e a alternativa. Houve certamente outras resistências importantes, que cometo a descortesia de não mencionar, por lapso de memória.
Mas a maioria aderiu, entre eles um jornal hoje tão ativo no confronto com o governo legitimamente eleito. Na época brava, nem opinião tinha. Considerava mais prudente não dar palpite e expor o que pensava.
É no jornalismo da Rede Globo, no entanto, que o pior desse mundo se encontra e ecoa. Há tempos, sabe-se que a empresa não vai bem das pernas. São de domínio público os enxugamentos na programação e no quadro de pessoal, incluindo o estrelado elenco das novelas. Com a situação deixada pelo governo Dilma, escassearam os recursos públicos, antes tão generosos, e reduziu-se o investimento privado em mídia.
Com a entrada em cena de Bolsonaro, começou o jogo do bate e assopra, mas os resultados não foram os esperados. O outro lado manteve-se inflexível. Daí o endurecimento da oposição ao governo, nos telejornais do grupo e nas suas publicações impressas. Na TV, a pancadaria é inacreditável. Fora de propósito, em tom bem acima das latas que infla, absolutamente desproporcional e indecente.
O comportamento é tão indecoroso que notícias boas, ou pelo menos neutras, são atribuídas a um governo impessoal. Já as más notícias, verdadeiras ou forçadas, têm nome e sobrenome: os do presidente desafeto. Alguém pode dizer “bem feito pra ele!”, não sem razão. Mas, e desse tipo de “jornalismo”, o que se pode falar? Eu digo que não engrandece a profissão que tanta gente dignificou. Muito ao contrário.
Nos tempos da Praça Marechal Deodoro, gloriosos anos 1980, ativistas sociais ligavam para a redação e pediam cobertura para manifestações que estavam sendo organizadas. Quando o pauteiro pedia detalhes como data, horário e local, as pessoas respondiam: onde e quando for melhor pra vocês. “A Globo vai cobrir, ?” Pois é! Hoje, a técnica foi aprimorada por instituições e gente de alto bombordo. Até o mais tosco assessor de imprensa sabe que, para entrar na Globo, basta ao cliente afinar o discurso ao da emissora. Daí vermos toda noite, os mesmos “especialistas” ensinando ao governo incompetente o que fazer.
Dependendo do grau de afinidade, o interessado pode até virar “comentarista” fixo na grade “jornalística” da Zorra Total. É o caso do presidente da Câmara, conhecido por “Botafogo” na planilha de propinas da Odebrecht. Aqui, porém, trata-se mais propriamente de aliança dos amigos do Bozó com a escumalha da política nacional.
Assim como os governos do PT associaram-se a Sarney, Renan, Collor, Temer, Barbalho, Delfin, Maluf, ao mais profundo baixo clero e tantas flores do bem para viabilizar seu projeto de poder e controle do Tesouro, a TV BBB despudoradamente liga-se aos atuais simulacros daqueles tipos, alguns dos quais os mesmos.
Troca visibilidade em rede nacional por apoio ao plano lelé-tantam de derrubar o presidente democraticamente escolhido. Depauperada pela queda de receita da publicidade pública (principalmente) e privada, mas momentaneamente revigorada por uma audiência literalmente cativa (que, na falta do que fazer, sai às varandas para bater lata, entre outros atos heroicos), os lunáticos tocam indiferentes sua guerra brancaleone.
Se Darth Vader baixasse hoje, não haveria aliado melhor. Na falta do vilão de George Lucas, pode servir o covid-19.

Afagos e provocações da pandemia

O que me deixa mais irritado é ouvir autoridade dizer que meu netinho, o Bento, é um perigo para mim, avô do grupo de risco.
Se a convivência forçada continuar por mais tempo, pais e filhos virarão inimigos mortais, E poucos vão suportar a convivência forçada com sogros, genros, avós, cunhados, tios e primos.
Diz-se que a reclusão provocará um boom de nascimentos no fim do ano. Pode ser, mas muitos casamentos não resistirão até lá.
Como na lei seca americana, é possível que surjam por aqui baladas clandestinas. Convocadas pelas redes sociais.
Ironia! Agora que a cidade está tão deliciosa, me proíbem de sair de casa.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, desejar bom dia não transmite o vírus a quem passa.
Passarinhos e flores não são hospedeiros nem transmissores. Que bom! Mesmo pessoas com ódio incurável podem gostar deles.
A moda da cantoria nas varandas parece que passou. Ainda bem. Eu já estava prevendo bate bocas tipo porcos versus gambás e até tiroteios.
Não gostou da afinação do tenor do prédio azul? Espere até ouvir a soprano da cobertura ao lado.
A guitarra do garotão do quinto andar incomoda mais que reclusão.
Ouvi alguma bateção de lata, semana passada. Não identifiquei um mísero Chico Batera.
Dellivery de abraços. iFood de beijos. Alguém já pensou nisso?
Vida em desencontro é assim. Meu netinho volta de Itupeva; agora, eu posso ir pra lá.

No tempo em que as notícias mandavam

Em outros tempos, eu tinha um jeito fácil de formar opinião própria. Lia os editoriais de um grande jornal paulistano, e seguia em outra direção. Era infalível, e se confirmava com a leitura do noticiário. Os fatos em geral não batiam com o que os donos da publicação pensavam.
Por mais estranho que possa parecer aos consumidores da mídia atual, naquele tempo patrão tinha o espaço de opinião para defender seus pontos de vista. As notícias eram sagradas. Os veículos de tradição procuravam orientar seus leitores a partir de princípios ideológicos, sem brigar com a realidade.
Hoje, a fórmula mudou, e a inversão de valores vale para quase toda a chamada grande mídia. Sem o menor pudor, os donos das empresas determinam o que é informação de interesse público e, ainda por cima, deturpam o que é publicado.
Um exemplo prosaico vem do UOL, suposto portal de notícias do grupo Folha. De vez em quando recebo, compartilhado por alguém no facebook, uma coisa que os caras de pau chamam “UOL Notícias”. Sério! É esse o nome que eles dão aos textos que distribuem. Abro e, sem surpresa, vejo que se trata de artigo opinativo de colunistas ou comentaristas do grupo.
Tudo obrigatoriamente tendencioso. Sempre, com raríssimas exceções assinadas por profissional da redação do jornal, defendendo as mesmas posições. Em escala ainda pior, a sacanagem se repete no rádio e na TV.
A TV, território do qual a reportagem foi praticamente banida, dedica cerca de 90% do tempo “informativo” a mesas redondas, debates e entrevistas com “especialistas” cuja posição ideológica é logo enunciada, quando não a partir da identificação do convidado, no máximo quando responde à primeira pergunta.
Em geral, o que determina tais atitudes parciais e rancorosas são interesses contrariados. Vejam os exemplos recentes da guinada editorial de grupos como IstoÉ e Bandeirantes. A Globo e seus canais, depois de na primeira hora apoiar o afastamento de Dilma, logo virou o jogo e passou a atacar o substituto.
Essa lição me foi ensinada no início da carreira, no jornal da minha cidade. Como o interventor municipal resolveu criar uma gráfica e um diário oficial para desovar a publicidade legal da Prefeitura, o jornal resolveu se vingar da perda de parte importante de suas receitas. O chefe de reportagem me mandava visitar cada dia um bairro, com um fotógrafo, e escrachar as mazelas da cidade. Como sempre há mazelas e como quem procura acha, era tiro e queda!
A refrega durou menos de uma semana, quando um acordo selou o armistício. A Prefeitura voltou a publicar suas matérias pagas no jornal e eu parei de mostrar os problemas que afligiam a população. Fui cobrir outras pautas.
Nos últimos anos, desacorçoado, como dizia a mãe, com a mídia disponível, cancelei uma a uma as assinaturas: Estadão, Veja, Folha e, por último, o portal de notícias do UOL. Esse que chama opinião de notícia.

Com o JN, o jornalismo bate no fundo do poço

A edição do Jornal Nacional da última quarta-feira, 18 de marco, foi a pá de cal. Nunca vi, que eu me lembre nem na época sabuja dos tempos da ditadura militar, a Globo ter um comportamento tão sujo. Não é o caso de fazer a exegese do que foi aquilo, mesmo porque a emissora vem há tempos se esforçando em corromper todos os predicados da boa prática jornalística.

Bastaria dizer que, ao apresentar sua cobertura da coletiva de imprensa do governo, a Globo dedicou toda a longa primeira parte do jornal a discutir a errática atitude do presidente diante da pandemia. Para insinuar que, se o covid-19 não foi causado por Bolsonaro, cabe a ele a culpa de a doença atingir esperada situação de calamidade pública. Por ter demorado a reconhecer a gravidade do problema e vacilar em adotar as atitudes necessárias.

A crítica pode fazer sentido, mas deve ser endereçada a pelo menos todos os governos ocidentais, que viram a doença crescer na China e em outros países da Ásia, e só se mexeram com a água no pescoço. Vale pra Itália, França, Espanha, Inglaterra, Portugal etc. Já neste lado do planeta, não se pode dizer que as potência do norte, EUA e Canadá, fizeram mais e melhor do que nós. Ou seja: o coronavírus é desafio superior à capacidade de reação e enfrentamento de todos.

Mas a Globo precisava arranjar um jeito de culpar o governo e, por isso, fez seu principal noticioso dedicar-se com prioridade a discussões pretéritas e inócuas, antes de tratar do que interessa à audiência: as medidas do governo para enfrentar a doença e encarar suas consequências econômicas e sociais. Depois, vieram também a longa e rasteira discussão sobre o uso das máscaras sanitárias pela equipe do governo (o que antes a GloboNews já havia feito à exaustão) e a inédita cobertura do chamado panelaço, que ocupou toda a parte final do JN.

Ao falar dos números do coronavírus no Brasil, a emissora dos Trapalhões e da Escolinha do Professor Raimundo conseguiu lançar outra maledicência grave, capaz de aumentar o pânico que se alastra. Sugeriu que os casos, inclusive de mortes, podem ser muito maiores do que os divulgados, porque o governo limita os testes às pessoas com sintomas de infecção. É uma forma bem safada de jogar a opinião pública contra as autoridades. Em nenhum lugar com população equivalente à brasileira, foi ou é possível testar todo mundo.

Ontem mesmo, num canal SporTV (Globo também), um jogador da NBA e da nossa seleção afirmou que não passou pelos testes, embora cinco atletas de uma só equipe estejam contaminados. “Não há testes suficientes”, disse ele. Falava de Estados Unidos, o país mais rico do mundo, e de uma liga esportiva que é luxo só. Mas a Globo quer porque quer que o Brasil teste um por um todos os seus 210 milhões de habitantes. Jornalismo lixo.

Folha deve esclarecer sua atuação nas atividades da organização criminosa

Até bem pouco tempo, quando reproduziam notícia publicada por um concorrente, os veículos de informação tinham o cuidado de fazer antes sua própria checagem. E, além do crédito ao veículo que havia feito a revelação inicial – o “furo”, como dizem os jornalistas –, aplicavam sua chancela: a veracidade da informação foi confirmada por nossas fontes. Mesmo quando isso não era possível, a simples menção ao outro veículo conferia credibilidade à notícia. O público podia, então, achar que a imprensa estava trabalhando direito.

Ultimamente, porém, a mídia deixou de ter esses cuidados, ou passou a considerar que são desimportantes. Sem mais nem menos, começou a bombardear o público com um noticiário para lá de suspeito, atribuído a um site estrangeiro, que ofende e acusa autoridades brasileiras, sem esclarecer a origem e a veracidade do que publica. Terrorismo à parte, não se menciona a linha ideológica que conduz o “jornalismo” praticado pela organização e o viés partidário de sua atuação no Brasil. É claro que, se nada disso é levado em conta, que importância teria o fato de a sigla política de sua preferência estar cravada no próprio nome que escolheu para seu site? É surreal!

A reprodução dos supostos diálogos supostamente hackeados por supostos jornalistas chega a lembrar os esquetes das fofoqueiras, personagens obrigatórios nos antigos programas populares de humor da TV. Como “A praça é nossa” e “Escolinha do professor Raimundo”. Remete ainda mais à coluna “Mexericos da Candinha”, na extinta Revista do Rádio, nos anos 1960. As fofoqueiras dos humorísticos falavam de traições conjugais e de comportamentos sexuais considerados estranhos na época, com personagens fictícios em ambientes domésticos, no trabalho e nas relações entre vizinhos. Candinha tinha o mundo artístico como alvo, abordando questões semelhantes, mas seus personagens tinham carne e osso, embora nem sempre fossem identificados no texto.

Por isso, Candinha mais sugeria do que afirmava. Mais ou menos como faz hoje a organização criminosa internacional, divulgando pequenos trechos de gravações apócrifas, que atribui-a autoridades reais. É claro que não entrega o material para perícia e validação, mas até aí seria apenas delinquência a ser apurada pela polícia e apenada pela justiça. Mas imaginemos que as fofoqueiras da TV e a mexeriqueira da revista fossem colocadas nas bancadas dos telejornais para ler o noticiário sério. Qual o abalo na reputação do jornalismo dessas emissoras?

Pois a Folha colocou a Candinha para cuidar do seu noticiário político.

Durante o governo Dilma, a TV Globo foi procurada pela mesma organização criminosa, para ajudá-la a divulgar no Brasil o fruto de suas bisbilhotices nos serviços de inteligência norte-americanos. No conjunto da obra, havia um subproduto de menor importância, que interessou à emissora brasileira: a então presidente estaria sendo “escutada”. Não se conhecem os termos da parceria firmada na época.

Agora, sabendo que por si só não teria a menor credibilidade, os delinquentes voltaram a procurar Globo, oferecendo o suposto material contra Moro e a Lava Jato. A emissora percebeu que as situações eram semelhantes, mas muito diferentes, e fez algumas exigências naturais e pertinentes. Quis conhecer a íntegra do material, sua origem e a forma como foi obtido. Não atendida, declinou do convite. Daí que foi acusada pelo ex-parceiro de ter viés partidário e ser defensora da Lava Jato. Isso não a impediu a Globo de, divulgados trechos pinçados ou criados pela orcrim, também se servir gostosamente deles.

Firmado o acordo com a organização criminosa, a Folha passou a reproduzir o produto do crime somo se fosse seu. Se não teve respostas positivas aos questionamentos feitos pela Globo, é bastante provável que esteja apenas colocando em suas páginas um material que lhe é entregue pronto e acabado, e que não tem como checar. Isso não exime o jornal de responsabilidades penais, pois, como sua direção bem sabe, disseminar noticiário falso é crime.

A admissão de sua ombudsman de que as escutas podem ser ilegais reforça a impressão de que a Folha não sabe o que está publicando. N o mesmo sentido atuam os frequentes atos falhos de seus redatores, que chamam de “supostos” os diálogos distribuídos pelo cúmplice. É triste ver o jornal de Abramo, Dines e Rossi nessa situação.

Mas não se pode excluir a outra possibilidade. E se, de fato, a organização criminosa abriu todo o jogo para o parceiro brasileiro? E se, mais ainda, está compartilhando seus métodos de trabalho e conta com a ajuda de repórteres caboclos na obtenção ilegal do material? Isso significaria que a eventual participação do jornal no crime seria mais profunda. O que me faz lembrar de outra lambança histórica do jornalismo paulistano.

No início dos anos 1980, um jornalista carioca veio chefiar a reportagem do Estadão, trazido pelo então secretário de redação Miguel Jorge, futuro ministro de Lula. Arrogante, o rapaz logo entrou numa enrascada das grandes. Pelo telefone, conheceu um sujeito que se dizia em situação desesperadora, de tal forma que estava disposto a assaltar um banco, para resolver o problema.

O solerte viu ali a oportunidade de produzir uma reportagem testemunhal e participativa, como era moda na época. Combinou dia e horário e colocou uma dupla repórter/fotógrafo para acompanhar a aventura. Evidentemente, tudo acabou mal. O sujeito foi pego pela polícia e delatou os cúmplices, os profissionais do jornal, que tiveram de contar com a ajuda do secretário da Segurança Pública para escapar da treta. Detalhe: esse chefe de reportagem gabava-se do Prêmio Esso de Jornalismo que possuía. Assim como o chefe da orcrim é louvado pelos aliados da corrupção por um prêmio Pulitzer.

Então, para retomar a meada que me escapou ao lembrar do jornalista assaltante do Estadão, vejo na entrada da Folha no caso da ação criminosa contra autoridades brasileiras uma promissora linha de investigação. Se a organização criminosa resistir definitivamente em colaborar, a Polícia Federal poderia fazer uma visitinha ao pessoal da Barão de Limeira. Se também aí for impossível elucidar o crime, poderemos pelo menos saber se a Folha tem papel ativo na bisbilhotagem ou se, pelo contrário, seu papel é insignificante.

Algo como servir de barriga de aluguel para a organização criminosa depositar ali sua sujeira e ver nascer os monstrinhos do noticiário fake.

O inferno astral do jornalismo brasileiro

A reputação da imprensa anda bem suja, depois das trapalhadas recentes protagonizadas por repórteres da Globo, e endossadas em pelo menos um caso por companheiros solidários. Vejam a repórter que telefonou para um número errado e colocou o diálogo insano no ar para sustentar denúncia contra um conselheiro do clube Cruzeiro de Belo Horizonte. No último domingo, o programa Fantástico teve de mostrar a cena de comédia pastelão no ar e pedir desculpas aos telespectadores. Pode haver situação mais constrangedora para a jornalista, o programa e a emissora?

Como acreditar num jornalismo cujos repórteres interferem na notícia (Mauro Naves, na acusação contra Neymar) ou usam a notícia para gerar negócios (a repórter casada com um empresário de jogador de futebol, que entrevistou o cliente do marido para abrir uma negociação com o clube dele)? Tais fatos não são apenas vergonhosos, mas acabam com a reputação de todos os envolvidos. O caso Naves ainda respingou malcheirosamente em companheiros de outros veículos, como o blogueiro do UOL, que colocou a mão no fogo pelo repórter afastado da Globo. O blogueiro teve igualmente de pedir desculpas aos seguidores. É o que dá reagir corporativamente e/ou ideologicamente, de forma militante, sempre que se assume uma posição.

Esses seriam casos, digamos, pontuais. Mas que se repetem de forma intrigante, a indicar a inexistência de controles internos que possam inibir tais comportamentos. Tempos atrás, muito antes da implantação do VAR, um repórter de campo da emissora sentiu-se autorizado a informar os integrantes do banco de reservas do Flamengo que, na opinião dos comentaristas da emissora, o juiz havia errado na marcação de um pênalti a favor do Santos. A “informação” logo chegou ao árbitro, que voltou atrás e anulou a decisão anterior. Aquele possível gol classificaria o time da Vila e eliminaria o clube carioca da competição, de forma que a interferência externa causou grave prejuízo ao Peixe.

Talvez se deva lembrar aqui a famosa história da “máfia do apito”, revelada pela revista Veja e utilizada por Galvão Bueno, da mesma Globo, para forçar o STJD a melar o campeonato brasileiro de 2005 e diretamente ajudar o Corinthians a ganhar o título da competição. Foi um dos maiores escândalos de manipulação do futebol brasileiro. Quando a revista revelou o caso, a polícia paulista já havia concluído a investigação e apurado jogo a jogo a conduta do árbitro acusado de mafioso. Em apenas duas ou três partidas teria havido interferência do juiz modificando o resultado final.

O presidente do tribunal desportivo pensava em anular apenas essas partidas, mas Galvão exigiu a anulação dos onze jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho, e foi obedecido. No pacote incluíam-se duas derrotas e um empate do time de Itaquera, sem o menor indício de fraude. Ou seja, o alvinegro da Zona Leste paulistana havia somado apenas um ponto, dos nove possíveis. Quando os jogos foram novamente disputados, ganhou 100% dos pontos.

Mais avassalador para a credibilidade de mídias como a Globo e o UOL é o tratamento que deram ao vazamento criminoso de escutas ilegais, promovido por uma organização internacional que se traveste de jornalística, para militar ideologicamente pelo mundo. Consciente ou inconscientemente, ambos fizeram o jogo dos responsáveis pela prática desonesta. Foram cúmplices no crime. O objetivo evidente é desqualificar as condenações a que o ex-presidente Lula foi submetido pela Justiça em até três instâncias e, ao fim, obter sua libertação. Para isso, tentam jogar lama sobre o ex-juiz Sérgio Moro, a Operação Lava Jato e a força-tarefa constituída para conduzi-la.

Num cenário ainda mais amplo, a evidente cumplicidade dos dois órgãos de imprensa insere-se na chamada “resistência”, que visa a enfraquecer o atual governo, desestabilizá-lo e, se possível, derrubá-lo. O sonho é abrir caminho para a volta ao poder dos que, nos últimos 16 anos, arruinaram o País. Essa gente, quando perde o jogo, não aceita o resultado. Rouba a bola, para melar a disputa legítima.

Mas a desgraceira da Globo vai além. “Acusada” pela organização de ser defensora da Lava Jato (pelo fato de não ter concordado em publicar os vazamentos sem saber do que se tratava e qual sua origem), a emissora teve de emitir nota oficial admitindo que, em tempos recentes, fez um acordo com ela. Como sabe qualquer policial da mais remota delegacia, o primeiro passo para levar bola entre as pernas é acumpliciar-se com meliantes, porque isso equivale a confiar nos parceiros. Tempos atrás, a Globo acreditou na organização e aceitou sua parceria. Agora, recebeu o troco.

Só Lula de Deus livre salva o Brasil! Crendeuspai!

Já sei, mas não ligo. Vão me chamar de bolsonarista fascista, mesmo quando sabem que no segundo turno de outubro fiquei distante das duas tragédias reservadas à infeliz Sofia em que parte dos eleitores se viu transformada. Ou seja, prensado entre tão tristes, e no fundo parecidas opções, exerci o direito que William Styron não concedeu à personagem vivida por Meryl Streep no cinema. Votei em branco. Escolhi a não-escolha.

Tudo isto posto, venho dizer que nunca antes neste país, ou pelo menos a partir do embate Collor-Lula, um governo assumiu cercado de tão duros vaticínios. E do mais animalesco boicote. A partir do primeiro dia de 2019, segundo os inconformados de outubro, o país entraria na mais absoluta treva. Retrocederia cerca de cinco décadas até a ditadura militar, ao arbítrio sem remissão, à violência odienta do Estado, à tortura e ao aniquilamento físico dos adversários. Pior que o tempo dos milicos do AI-5. Tudo porque “o mal venceu o bem”.

E lembrar que, no primeiro turno, o diabo não parecia tão feio! Tanto que as esquerdas (Cyro, Boulos, Haddad) preferiram bater no candidato tucano, enquanto a Alckmin cabia encarar Bolsonaro sozinho. O picolé foi ejetado da disputa e rolou um frente a frente mamão com açúcar para os petistas, mesmo com a defecção de Ciro e o vacilo de Marina. Inevitavelmente, imaginavam os inteligentezinhos, estava assegurada a vitória “dos que querem o bem e a felicidade de todos”, diante de tão tosco rival.

Bastava expor ao distinto e esclarecido público os terríveis defeitos do capitão: intolerante, reacionário, inimigo do aborto e das políticas sociais, adepto da violência policial-militar, antifeminista, homofóbico, racista. Tudo enfim que só encontra paralelo em bater na própria mãe. Pelo menos, era o que calculavam os estrategistas incapazes de tirar Lula da cadeia, os crentes de que postes ganham sempre. O problema é que não deu certo, a preferência pelo outro só fez aumentar e a gente boazinha ficou desesperada. Nem as fake news e o apoio indisfarçado da mídia ajudaram. O capeta levou quase 60% dos votos.

Do estupor e da frustração insuportáveis, cresceu o ódio aos próprios aliados e aos eleitores e surgiram a “resistência” e o “ninguém larga a mão de ninguém!” Dessa insanidade e da raiva incontida decorrema hostilidade ao governo, a implicância com seus ministros e o desejo não escondido de que tudo dê errado para o país. De Moro à pastora, de Guedes ao astronauta, dos ministros militares à mulher e os filhos do presidente, nada presta no novo governo.

Como se não tivessem sido ministros de Lula e Dilma finórios da estirpe de Dirceu, Palocci, Mantega, o marido da Hoffman, a própria e tantos aliados de rapina, à esquerda e à direita. Até Delfin, Collor e Maluf estiveram juntos, deram as mãos, crendeuspai! Como se Bolsonaro não ocupasse justamente o lugar que até recentemente foi de Lula e Dilma e Temer, a sujíssima trindade dos 16 anos de governos petistas. Como se tantos outros filhos e primeiras damas não tenham cultuado malfeitos até maiores.

Não importa! Para os resistentes, que venha o tsunami, que nada sobreviva, que não reste pedra sobre pedra. Para os adoradores do amado guia, tão fanáticos quanto a ministra que viu Jesus na goiabeira, a redenção só virá com o Lula de Deus Livre e a reinstalação do quadrilhão no lugar do farsante. O que virá, sem dúvida, se as tropas de Stédile e Boulos, da CUT e dos sindicatos pelegos elevarem de novo a guarda e reforçarem a violência insana, com ou sem mortadela, e mantiverem a militância parva ativa. Crendeuspai de novo!